Essa é
uma linda história de amizade, entre um anjo e sua protetora (Popó e Gertrudes).
Com certeza, esses serão os dias lembrados pelo Popó, onde teve dedicação e
amor sinceros. Isso não é uma despedida, é um "até breve".
“Há uns oito anos, sempre
que abria o portão, lá estava ele, vagando na avenida, o que me preocupava bastante.
Muitas vezes o vi com as
orelhas sangrando, a visão já estava comprometida, então comecei a investigar
sua vida: foi paparicado quando filhote; já adulto, sua dona faleceu e este foi
repassado para alguém da família. Sem atenção e carinho passou a comer quando
sobrava e vivia pela rua, era um baixinho que não fugia de briga, por isto
recebeu o nome de POPÓ, em homenagem ao pugilista baiano.
A partir deste momento passei a
acompanhar o seu dia-a-dia. Certa
vez senti sua falta, decidi procurar os responsáveis e para minha surpresa, ele
havia sido atropelado e colocado no quintal.
É assim o que acontece com
muitos animais, ficam morrendo aos poucos sem o socorro de quem deveria
protegê-los.
Imediatamente o socorri e após
alguns dias na clínica veio para minha companhia, não podia ser diferente e
durante dois anos foi cuidado, voltou a andar, ficando uma sequela na pata
traseira, que era o seu charme marcante quando vinha correndo ao meu encontro.
Quando me despedia dele a
noite (deitado na sua casinha) falava: você
agora tem uma família que te ama e nunca mais voltará a dormir nas ruas. Ele fingia dormir e quando me
distanciava, abria um pouco o olho que ainda enxergava, pois sabia que eu
não resistia e voltava. E é essa doce lembrança que quero guardar no meu coração.
E assim o meu POPÓ se foi,
levando um pouco de mim, após sete anos dando exemplo de lealdade, dedicação,
gratidão e amor.”